Ano Santo da Misericórdia

No último dia 8 de dezembro, festividade da Imaculada Conceição, o Papa Francisco abriu a Porta Santa na Basílica de São Pedro de Roma, ao mesmo tempo em que foram abertas as portas santas de todas as dioceses do mundo, para que todos possam viver o Jubileu.

Antes de abrir a Porta Santa, o Santo Padre presidiu na Praça São Pedro a Santa Missa da Solenidade da Imaculada Conceição. Na homilia, Francisco destacou que o gesto “altamente simbólico” da abertura da Porta Santa da Misericórdia acontece à luz da Palavra de Deus escutada na liturgia de hoje, que evidencia a primazia da graça, que envolveu a Virgem Maria, tornando-a digna de ser mãe de Cristo.

"A plenitude da graça é capaz de transformar o coração, permitindo-lhe realizar um ato tão grande que muda a história da humanidade”, reforçou o Pontífice. 

 

 

Assim como São João Paulo II, o Papa Francisco têm dado exemplo bonitos exemplos de carinho, atenção e respeito com a pessoa idosa. Na abertura da Porta Santa, a segunda pessoa a entrar foi o Papa Bento XVI, que logo foi acolhido pelo Papa Francisco, demonstrando a gratidão e respeito que o mesmo sente pelo seu antecessor.

Mas, em que consiste, afinal, essa virtude? O que é exatamente a misericórdia? Santo Agostinho, na obra "A Cidade de Deus", define-a do seguinte modo: "A misericórdia é a compaixão que o nosso coração experimenta pela miséria alheia, que nos leva a socorrê-la, se o pudermos." 

Características da misericórdia

Santo Tomás, ao falar sobre a virtude humana da misericórdia, explica que "a dor pela miséria alheia" pode ser "um movimento do apetite sensitivo" e, enquanto tal, é apenas uma paixão. Nisto está a raiz da palavra "misericórdia": cordis, em latim, significa "coração". Em primeiro lugar, portanto, a misericórdia é afetiva. Essa realidade passional não existe em Deus, que é impassível. Quando o Verbo, porém, assumiu a nossa humanidade, tornou-se capaz desse afeto. As Escrituras narram, por exemplo, que, vendo as multidões, Nosso Senhor sentiu pena delas, pois erravam como ovelhas sem pastor (cf. Mt 9, 36).

Em segundo lugar, a misericórdia é efetiva. Não basta compadecer-se das pessoas e ficar de braços cruzados. Importa agir para "socorrê-las", como diz a própria definição de Santo Agostinho.

A Pastoral da Pessoa Idosa e a misericórdia

Toda formação que a Pastoral da Pessoa Idosa dispensa aos seus voluntários é nesta perspectiva: formar redes de solidariedade entre as famílias, para que se crie um ambiente de benquerença, de entre ajuda, onde a pessoa idosa se sinta bem, se sinta protegida e também se sinta protagonista em seu próprio espaço de convivência. A Pastoral da Pessoa Idosa se destina a todos, não importa quais sejam suas crenças, seu estilo de vida, suas histórias, suas experiências, sua trajetória de vida. Dedica-se a todos os que envelhecem, embora tenha seu foco preferencial nos mais vulnerabilizados, seja por sua fragilidade física ou por situações de risco social.

Hoje, a PPI acompanha mensalmente mais de 173 mil pessoas idosas, através de visita domiciliar realizada por voluntários, dando preferência às pessoas idosas mais vulnerabilizadas, seja pela pobreza, pela solidão, pelo abandono ou outras fragilidades e riscos sociais. São 5.887 comunidades, de 968 municípios de todos os estados do Brasil, que contam com a atuação de 22. 600 líderes voluntários e capacitados no Guia do Líder da Pastoral da Pessoa Idosa.

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